Araponga MG

A primeira notícia que se tem a respeito da região de Araponga se deve à expedição do sertanista Antônio Rodrigues Arzão que, em 1692, partiu de Taubaté acompanhado de cinquenta homens vindo descobrir ouro no sopé da Serra dos Arrepiados, então guiado por índios puris, na nascente de um rio que o chamou de Rio da Casa da Casca – atualmente Rio Casca – porque ali teria encontrado uma casa feita de cascas de árvores. A descoberta é considerada ser, por muitos estudiosos, a primeira informada oficialmente a uma autoridade colonial.
No entanto, seu povoamento inicial só se daria a partir de 1780, quando D. Rodrigo José de Menezes, governador da Capitania de Minas Gerais, enviou para a região expedição com o Padre Manuel Luís Branco a fim de localizar novas minas de ouro. O êxito obtido fez com que o próprio governador se dirigisse para lá, em 1781, e despachasse cerca de 400 requerimentos de datas e sesmarias de terras, formando-se logo o Arraial dos Arrepiados. É interessante notar que a denominação do local de “Arrepiados” é mais antiga que o arraial, sendo entre as versões explicativas, as mais verossímeis, a de que se origina do aspecto da serra que corta a localidade: escarpada com inúmeros pontos que se sobressaem em altura; e a de que vem da aparência dos índios que a habitavam: tinham cabelos crespos e se cobriam de penas e, com o bater do vento, tomavam a forma de galinhas arrepiadas.
O surto inicial de crescimento do arraial foi abrandado poucos anos depois, logo que a quantidade de ouro entrou em decadência. Mas, a Capela de São Miguel e Almas construída pelo Padre Bernardino José da Silva, em 1809, fez com que o lugar voltasse a crescer, tornando-se conhecido, desde esta data, por Arraial de São Miguel e Almas dos Arrepiados. Já no ano de 1832 é elevado à condição de freguesia, sendo desvinculada de Furquim. E, em 1857, passa à condição de distrito com a denominação de São Miguel de Araponga. Nota-se aqui, que a serra local era então conhecida como Serra do Araponga, cuja terminologia vem dos vocábulo tupi “guiráponga” que, tendo se alterado para “araponga”, significa “o pássaro martelante” – ave comum na região naquele tempo e que emite um som metálico, também chamado de “o ferrador”.
Censo realizado no ano de 1890 considerou a localidade, então pertencente ao Município de Viçosa, ser bem populosa com seus 8.746 habitantes, escolas públicas estaduais e agência de correios. No entanto, após a Revolução Constitucionalista de 1932, o desenvolvimento local estagnou. Araponga constituía-se, então, um reduto político do ex-presidente Arthur Bernardes que apoiava o levante paulista contra Getúlio Vargas, sendo escolhida para a concentração de tropas revolucionárias devido à localização em região de difícil acesso. Mas, antes que o movimento estivesse organizado, tropas da Força Pública do Estado de Minas Gerais, após terem cercado a cidade, invadiram-na fazendo prisioneiros e saqueando casas de comércio e de particulares, neutralizando, assim, a estratégia “bernardista”.
Em 1938, o mesmo decreto-lei estadual que transfere o distrito do Município de Viçosa para o de Ervália, reduziu-lhe a denominação para simplesmente Araponga. O município foi criado em 30 de dezembro de 1962.

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